Antigamente, não muito tempo atrás, lembro que telefone era apenas e tão somente um objeto usado para falar com outra pessoa.
Tinha uns 5 anos, não mais do que isso. Morava num distrito de uma cidade pequena. Dá para imaginar o tamanho da vila que eu morava. Lá, lembro-me claramente, havia apenas um telefone, que ficava na administração (tipo prefeitura) local. Quando alguém ligava, lá vinha a telefonista chamar (a pé mesmo). O nome dela, também me recordo, era Geni. Coitada! Naquela época fazia sucesso um música de Chico Buarque...
Bom, mas o fato é que cresci com a idéia de que telefone é para ser usado quando se quer falar com outra pessoa. E talvez por isso, ainda tenho certa dificuldade de me relacionar com o celular.
Não tenho uma única mensagem na caixa de email. Não sei como usar esse recurso!
Fotos? Três, no máximo!
Internet? Fico irritado em ter de entrar em milhões de telinhas...
Então, celular para mim continua tendo a mesma função do telefone residencial.
E pensar que aqui no Japão, hoje dá até para assistir tevê pelo celular, fazer compras (sim, ele funciona como uma carteira), passar pela catraca do metrô, do trem... dá até para fazer video-conferência!
Às vezes fico impressionado com a velocidade do desenvolvimento.
Ontem mesmo, a figura da Geni, magra, vestido de chita, cara de boazinha, no portão de casa para avisar que tinha ligação...
e olha que ainda sou jovem! Muito jovem!