Thursday, October 26, 2006

Crime perfeito

Dizem que não existe crime perfeito. Mas dois, ou três filmes que assisti provam o contrário.

Tá certo! Antes que digam que filme é ficção, quero deixar claro que é apenas um gancho para falar destes filmes e a relação com o Japão...

Ocean Eleven (e a continuação Ocean Twelve) e Inside Man (com a insosa Jude Foster e o em forma Denzel Washington) são alguns exemplos de que crime perfeito existe sim!

Bom, mas que diabos de relação tem esses filmes e o Japão?

É que aqui crimes perfeitos não existem como nos filmes! A princípio tudo parece fácil (furtar uma carteira, levar produtos do supermercado...). Afinal, diferente do Brasil, aqui não se espera que uma pessoa faça isso. É cultural!

Mas fazem!

E são descobertos!

Vocês acreditam que nos grandes supermercados há mulheres (conhecidas como "caçadoras") que fingem ser clientes, mas na verdade ficam de olho em pessoas que estão furtando!
Outro dia uma equipe de tevê ficou um dia todo no supermercado com duas "caçadoras". E neste dia, três pessoas foram pegas!!! Três!!! Num só dia!

Pois é. Aqui tudo parece fácil quando se trata de crime! Mas não é!
Assim como em qualquer lugar que não seja num filme, o crime perfeito também não tem vez por aqui!

É isso!
Para o alto e avante!

Chororô

Eu juro que não fico na locadora procurando por filmes tristes e nem fico à caça de programas na tevê que me fazem ficar emocionado.

Mas, é sério. Japonês adora os temas: comida e história triste!!!

Tudo tem de ter comida no meio ou terminar em lágrimas!

Queria muito saber porque japonês adora sofrer! Bom, eu acabo sofrendo junto. É um mistério, assim como o levantado por alguns leitores deste ploc sobre a "magreza" dos japonese!

Eh isso!

Para o alto e avante!

Tuesday, October 17, 2006

Memórias de amanhã


Imaginem não conseguir lembrar mais do qua acabou de fazer, com quem falou, o que comeu no almoço ou sequer o nome da pessoa que mora com você.

Memories of Tomorrow (明日の記憶) conta a comovente história de um típico trabalhador japonês (Ken Watanabe), chefe de uma agência de publicidade, que dedicou 26 anos da sua vida ao trabalho.

De uma hora para outra, ele começa a esquecer de coisas importantes (reuniões, nomes de clientes etc). Resolve ir ao médico, a pedido da esposa (a excelente Kanako Higuchi). Ele descobre então que está com mal de Alzheimer.

Uma história simples, mas que emociona e, mais do que tudo, faz a gente parar para pensar se vale a pena tanto sacrifício por algumas coisas em detrimento da vida em si.

Confesso que tive de assistir ao filme duas vezes para entender todos os diálogo (não há legenda em inglês), e admito que chorei muito nas duas vezes. O filme é tocante. Esclarecedor. Pode até causar medo (principalmente naqueles que tem mania de doença, né Shi?)

O filme ensina também que o japonês pode parecer "frio" e insesível, mas eles sabem demonstrar o carinho e amor que sentem pela outra pessoa de forma menos escandalosa que nós ocidentais. O gesto, o olhar, as palavras...

A fotografia do filme é muito boa, principalmente a primeira cena, na qual você já imagina tudo. Já comecei aí a derrubar algumas lágrimas, nos dois primeiros minutos de filme!!

Bom, não vou contar o filme todo aqui. Assitam e depois me falem!

Para o alto e avante!!

Monday, October 09, 2006

Viciado em programas de teve


Dança com cachorro? A procura de um familiar que há muito tempo não vê? Um gato que pesa quase 12 quilos? Disputa de grupos de cheer leaders? Turismo? Quiz show?

Pessoas,
a tevê japonesa tem de tudo e mais um pouco!

Esses dias em que estou praticamente com o traseiro colado no sofá, só tenho é me divertido com os programas japoneses. E tenho até aprendido bastante o idioma. Há disputa (tipo quiz show) de kanji (os ideogramas japoneses).

O mais engraçado aqui, é que todos os programas, até os mais sérios, são regados a muita comida. Sim. Tudo tem de acabar com comida, ou tem de ter alguma coisa relacionada. É batata! Quiz show? O prêmio: uma baciada de cogumelos da época. Animal show? A matéria: restaurante para cachorros. Irmão que foi para o Brasil e nunca mais teve contato? Emprego dele no Brasil: plantador de pimenta ou de frutas tropicais...

Pessoas, é sério. Comida aqui faz parte de tudo. Até no telejornal eles fazem uma forcinha para falar de comida. E comer é claro. Sempre tem de ter degustação!

Outro dia um repórter guloso colocou um pedaço enorme não lembro do que na boca e depois não conseguia mais falar! O outro cutucou: "você tem de comer pouquinho, senão como vai falar?"

Minhas novelas da tarde: uma é sobre um trio de amigas que tem uma doceira. A outra novela: um pai de seis filhas que vivem o dilema do casamento. A profissão dele: doceiro. Ele tem uma loja de doces típicos japoneses.

Por isso é que engordo!!!

Bom, é isso!

Para o alto e avante!

Tuesday, October 03, 2006

Confissões da Karina


Pessoas,


Até que foi fácil fazer a Karina Almeida, brasileira, jornalista e maior de idade confessar para o Meu Japão é Muito Mais Legal.

A conversa rolou solta, à vontade, num domingo de manhã, regado a café com leite e sanduíche de frango, uma semana depois do mais que esperado tour Confessions on a Dance Floor, da Madonna, em Tokyo.

Tanta empolgação para dar esta entrevista tinha um motivo, claro. Karina é fã da cantora pop. Mas não uma fã qualquer. Ela é daquelas que veneram mesmo a quarentona (quase cinquentona). Ah, mas não pensem que ela se veste como a musa, ou sai dançando por aí como ela. Ela também não carrega cartaz, não dá escândalo e nem se hospeda no mesmo hotel da ídola (e nem teria dinheiro para isso). "Esse negócio de fã tem limite né!", sacramenta.

Time goes by so slowly...

A conversa durou pouco mais de uma hora, mas foi o suficiente para ter certeza de que ela é realmente fã de Madonna e que o show de Tokyo foi muito especial para ela. Um parênteses: tenho de admitir que o show foi muito bom e que fiquei um pouco mais fã da cantora (sim, fui ao show dela também e fiquei ao lado da Karina!). Mas nem chego aos pés da nossa entrevistada, que esperou 13 anos para ver de novo um show ao vivo da Madonna.

Chega de enrolar e fiquem aqui com os principais trechos da entrevista:

Quando surgiu essa idolatria toda por Madonna?

Eu tinha uns oito anos quando ganhei o primeiro LP, o True Blue. Era pequena, mas lembro-me que adorava as músicas. Depois disso, passei a colecionar os LPs dela. Depois veio a era do CD, mas não dava para comprar tudo né.

Mas mesmo pequena, você entendia as letras, assimilava a forma rebelde da Madonna?...

Não tinha noção que ela era tão maluca. Mas aprendi muito inglês com a Madonna (risos)...

Que tipo de fã era você antes?

Até a faculdade eu recortava revistas, gravava programas de tevê, colecionava letras de músicas... tenho duas pastas de recortes...

Depois esfriou um pouco, mas agora voltei a colecionar coisas dela. Estou comprando DVDs, CDs...

Ah, e uso o perfume Jean Paul Gautier. O vidro é inspirado no corpo da Madonna. Faz sete anos que uso só esse perfume.

Você assistiu ao The Girlie Show... Como foi?

Em novembro de 1993 ela fez as duas únicas apresentações no Brasil até hoje. Morava em Belo Horizonte (MG), tinha 16 anos e não iria perder de jeito nenhum o show dela (um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro).

Falei com minha mãe e resolvemos ir para São Paulo. Ela só viajou comigo, disse que não iria ao show de jeito nenhum. Mas também não tinha como eu, uma adolescente, ir sozinha para o Morumbi. Arranjamos então um filho de um amigo do meu pai, que era fã também, tinha 30 anos na época e iria com a namorada.

Mas olha o azar. Os ingressos quem tinha comprado era uma conhecida de São Paulo. Uma semana antes do show ela ligou e disse que o escritório tinha sido invadido e que um dos ingressos tinha sumido. Essa história está mal contada até hoje. Surgiu então o dilema: quem iria? Eu, claro era uma. Mas olha só o problema. Não dava para eu ir só com ele, a namorada não ia gostar e nem deixar. Com ela também não dava. Não a conhecia e também quem era o fã era ele.

Resolvemos todos ir para São Paulo e tentar comprar de cambista. No dia do show, eles foram cedo para o Morumbi tentar comprar o ingresso. Foi passando o tempo e fui me desesperando, pois eles não chegavam e o local era longe. Eles apareceram lá pelas 18 horas. O show começava às 21h. Às oito estávamos na porta do estádio, mas tinha uma fila quilométrica. Quando deu 21h05, já estávamos na entrada, quando fecharam os portões pois o show tinha começado.

Como tinha um monte de gente para fora, começou um princípio de tumulto e então abriram os portões de novo. Mas já estava na terceira música!!! Olha que tragédia. Mas foi lindo.

Então você esperou 13 anos para ver a Madonna de novo...

Quando soube que eu viria para o Japão, minhas esperanças aumentaram. Afinal, é muito mais fácil ela incluir o Japão no tour do que o Brasil. Ano passado ela veio aqui, fez um mini-show só para convidados e alguns fãs. Teve um sorteio, mas não botei muita fé. Vários colegas se inscreveram e não é que uma amiga foi sorteada. Ela tinha direito de levar um acompanhante. Fiquei morrendo de pena dela, pois eram várias pessoas que queriam e mereciam ir. Eu tentei esquecer essa história. No dia do show fui até a porta tentar a sorte. Mas não deu para entrar...

Mas aí veio o Confessions on a Dance Floor...

Pois é. No dia do show até pedi folga. Fiquei nervosa, não tinha roupa... Mas o show, claro, foi maravilhoso. Ela é maravilhosa. Não é uma excelente cantora...

Ué? Então, o que a Madonna tem que te faz ficar tão emocionada assim?
Ela tem o poder de cativar. Ela é decidida, espontânea, inteligente, tem atitude, tem um jeito especial que faz com todos gostem dela. Ela, na verdade, é melhor dançarina do que cantora...

Olha, na verdade não entendo nada de música. Mas gosto muito dela. Só isso.

Você colocaria o nome dela na sua filha?

Não sou desse tipo de fã.

Tem algum sonho com ela?

Queria muito entrevistá-la.

Faria sexo com a Madonna?

Ai não vai dar...

Legenda: Na foto a Karina (esq.) ao lado da Shigueko, a sortuda que foi ver Madonna de pertinho (diz ela que ficou a 5 metros da Madonna).