Essa foi publicada na revista Alternativa, no final do ano. Mas como foi pouco divulgada pela mídia em geral, achei legal republicar aqui. Além do que adoro História. Mas antes de ir para os fatos, queria contar um detalhe da apuração da matéria. No caso, foi como consegui a foto. A imagem que vocês vêem ai em cima é Cortesia do Conselho de Educação da Prefeitura de Oita. É lá que foi parar a tal carta.
Liguei para o tal conselho, expliquei o que queria e eles disseram que não tinham a imagem. Só o museu local é quem tinha. Liguei para o museu e o "tiozinho" não quis saber de muito papo -- ele claramente não estava preparado para um pedido de imprensa. Recorri à Associação de Intercâmbio Internacional, que ligou no Conselho de Educação e, 15 minutos depois, a mesma senhora que tinha me atendido na primeira vez me ligou e disse que estava enviando a foto pelo email. Ué, ela não disse que não tinha a foto?? Vai entender esses japoneses... Agora vamos à história:
Duas cartas encontradas no final do ano passado no Japão mudaram a imagem do almirante da Marinha Imperial Japonesa, Isoroku Yamamoto (1884-1943). “Se dependesse dos meus verdadeiros sentimentos (em relação aos ataques aos Estados Unidos) eu não seria capaz de seguir em frente com essa obrigação que me foi designada”, escreveu ele.
Caso tivesse seguido seus “sentimentos”, a história poderia ter sido outra. Yamamoto foi o mentor dos planos de ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, na manhã de 7 de dezembro de 1941. O bombardeio culminou na entrada oficial dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e no início da Guerra do Pacífico.
O militar, na verdade, foi um forte defensor da solução diplomática para o conflito. Mas ele sabia que os partidários da via militar, cujo maior entusiasta era o almirante Osami Nagano, estavam cada vez mais perto de conseguir empurrar o país para a guerra.
Então Yamamoto tratou de elaborar o melhor plano possível para o complicado ataque. Mas o levante foi considerado um fracasso, pois os norte-americanos não só se recuperaram rapidamente, como responderam com ataques violentos ao arquipélago. Se tivesse sido outro o mentor da estratégia militar, talvez a história seguisse outro rumo.
Caso tivesse seguido seus “sentimentos”, a história poderia ter sido outra. Yamamoto foi o mentor dos planos de ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, na manhã de 7 de dezembro de 1941. O bombardeio culminou na entrada oficial dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e no início da Guerra do Pacífico.
O militar, na verdade, foi um forte defensor da solução diplomática para o conflito. Mas ele sabia que os partidários da via militar, cujo maior entusiasta era o almirante Osami Nagano, estavam cada vez mais perto de conseguir empurrar o país para a guerra.
Então Yamamoto tratou de elaborar o melhor plano possível para o complicado ataque. Mas o levante foi considerado um fracasso, pois os norte-americanos não só se recuperaram rapidamente, como responderam com ataques violentos ao arquipélago. Se tivesse sido outro o mentor da estratégia militar, talvez a história seguisse outro rumo.
Contra a guerra
A descoberta das cartas, uma datada em 31 de maio de 1938 e a outra em 8 de dezembro de 1941, mostram o verdadeiro sentimento do oficial japonês em relação à guerra. “Eu sou contra a vontade popular (de nos aliar à Alemanha e à Itália) e vou descobrir as dificuldades de pensar assim”, registrou na primeira mensagem. “Alguém sabe o tamanho da dificuldade de colocar a vida em risco por discordar de algo que é senso comum?”, questionou.
As correspondências originais ficaram em poder do vice-almirante Teikichi Hori (1883-1959), um grande amigo de Yamamoto, e estavam escondidas esse tempo todo entre os pertences do oficial na casa do neto dele.
Akiko Yasuda, pesquisadora-chefe, contou à imprensa japonesa que eles haviam achado fragmentos das idéias de Yamamoto nos arquivos de Hori. “Mas tínhamos dúvida se as frases eram realmente do almirante. No entanto, a descoberta (das cartas originais) prova a veracidade”, disse.
Agora, as peças estão sob os cuidados do governo de Oita, província natal de Hori, e ficaram expostas ao público até o dia 14 de dezembro no Arquivo Histórico de Sabedoria Antiga da Prefeitura de Oita.
6 comments:
Nossa, muito legal a história das cartas. Não vi essa Alternativa, por isso foi genial você ter republicado no blog.
Engraçado ver como certas decisões poderiam ter mudado o rumo da História Mundial.
Ah, eu não tinha lido na revista também.
O título do post me lembrou o filme Cartas de Iwo Jima :)
Devia ser um horror naquela época para tomar decisões, ainda mais na posição que ele estava...
Enfim, bem legal terem guardado as cartas e tal e a matéria ficou ótima.
História japonesa é matéria da minha eleição. Muito interessantes essas cartas. Presumo que a sua autenticidade foi atestada e que elas são verdadeiras.
Até que enfim volotun a postar ,hein!Será mesmo que essas cartas são verdadeiras,algo assim ´´e muito fácil de se forjar...sei não...
eu ainda estou trabalahando ,mas com data marcada pra aumentar a triste estatística da nossa comunidade!!!
Se tem algo que me atrai na História é ficar imaginando diferentes rumos para decisões diferentes. Já tinha lido na revista, mas valeu o bis!
Abraços!
Eu sou de uma certa forma estudioso da historia do Japão contemporâneo. Esta carta é apenas parte do que se sabe sobre muitos militares japoneses que eram contra aliar-se aos alemães e italianos. Como se sabe a História é sempre contada pelos vencedores e jámais pelso perdedores! Muito do que se estuda em História Oficial tem tendencias que um acadêmico de História percebe.
Infelizmente são poucas os documentos que sobram para esclarecer a História real e não a "Oficial".
A História oficial costumeiramente não diz porque um país como o Japão atacaria a maior potencia militar que era os EUA.
Simplesmente relata o ataque como um ataque traiçoeiro pelo qual os nikkeis e japoneses carregaram durante muito tempo a fama de gente traiçoeira o que não corresponde a verdade.
Isto dá pano pra manga.
Eu mesmo pretendo postar esta História no meu Blog futuramente!
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