Sunday, December 31, 2006

Já está no ar!

Leitores,

visitem o site http://www.reveillon.globolog.com.br/ e acompanhem minha virada de ano no blog da Globo!

Para o alto e avante!

Saturday, December 30, 2006

Novidades


Caros leitores,
tenho uma novidade que me deixou muito feliz.
Fui convidado pelo portal da Globo, o G1, para escrever um blog coletivo sobre o fim de ano. Então, no dia 31, vou começar a postar neste blog. Vou contar algumas coisas das festas de passagem de ano aqui no Japão e outras curiosidades. Não percam. A página já está criada, mas ainda não vou passar o endereço... aguardem. Serão seis brasileiros de seis países diferentes contando um pouco da festa no seu país.

O melhor: serei o primeiro a postar... então, aguardem!

Aproveito para desejar um ótimo fim de ano e que 2007 comece com tudo para todos nós. Boa sorte!! Feliz 2007!!

Para o alto e avante!

Sunday, December 24, 2006

Feliz Natal!



Natal no Japão é triste. Melancólico. Não é a mesma coisa que no Brasil.
Nas ruas você vê um monte de gente, lojas entupidas, muitos (caros e incrementados) enfeites de Natal...
Mas não é a mesma coisa!

A data, puramente comercial para o japoneses - que são budistas ou xintoístas -, não tem a alegria da comemoração à brasileira. Eles só querem saber de comer o tal do Christmas cake e só!

Mas, os brasileiros que estão aqui geralmente dão um jeitinho de transformar a data numa ocasião mais especial. Mesmo que seja um dia comum de trabalho, como este ano.

O jeito, no meu caso, foi fazer uma festinha no dia 24 mesmo. Regado a muita comida e brincadeiras. Como muitos estão sozinhos aqui, reunimos o máximo de gente que deu e fizemos nossa comemoração!

Presente? Acho que só lembrancinhas bastam. O importante, para quem está num outro país e tão diferente culturalmente, o que vale é realmente a fraternidade.
E foi o que senti hoje!

A todos os meus amigos leitores, um Feliz Natal do fundo do coração. Aos expatriados, que esta data seja uma oportunidade de renovar os votos de persistência e obstinação.

Para o alto e avante!

Wednesday, December 20, 2006

Qual seu sabor preferido?

Morei por muitos anos numa cidade do interior paulista chamada Ibitinga. Ela é conhecida como a capital nacional do bordado. Por todo canto há lojas de bordado e, nos finais de semana, a cidade enche de ônibus de turistas do Brasil todo.
Ibitinga é pequena. Pequena mesmo. Não deve ter mais do que 20 mil habitantes. Mas mais do que bordados, o que guardo de lembrança de lá é o sorvete. Não sei se é porque eu era muito pequeno e não tinha noção das coisas, também porque sorvete é um artigo de luxo para crianças. Bom, pelo menos era. Assim como o refrigerante. Essas delícias só de vez em quando...

Lembro-me do sorvete de coco, de abacaxi, de nata, o skimo (nata coberto de cocholate)... Enfim, sabores tradicionais.

Passados alguns anos (uns 20), cá estou eu num país onde a variedade de sabores foge à lógica. Minha última incursão degustativa foi um sorvete de sal marinho. Não tem como descrever o sabor. Ele é salgado num primeiro momento e depois fica doce, com gosto de creme. E tenho de confessar: ele é muito bom.



Já citei aqui que fui a um museu do sorvete aqui em Tokyo (eu e a Rachell) onde há um espaço para sabores nada convencionais. Tomei o de carne de cavalo (e vem com pedacinhos de carne crua de cavalo), de beringela (e tem o gosto rançoso do legume cru)...
Mas há outras delícias como o sorvete de camarão, de lagosta, de nato (soja fermentada), de ostra, de algas, de shoyu, de frango assado, de lula, de pepino... Enfim, a lista é grande. Se não me engano são mais de mil variedades exóticas.

Esses últimos que listei não sei se são bons. Não tive coragem de experimentar. Mas o de sal marinho eu recomendo. Tem na Disney.

É isso. Para o alto e avante!

Monday, December 18, 2006

Você tem vergonha de quê?


Chapéu na cabeça. Mas não um qualquer. Imagine em formato de macaco. Ou então do Mickey. Melhor ainda: Ursinho Puff. Você teria coragem de sair na rua com um modelo desses?
A pergunta exclui (não por machismo, ou feminismo ou qualquer ismo) as mulheres, já que, em se tratando de algo cuti-cuti, elas não veriam o menor problema em usar algo tão extravangante (ou infantil) - dependendo da ocasião é claro.

Mas aqui no Japão, essas coisinhas nhé-nhé-nhé não encabulam os homens. Não falo da maioria, é claro. Mas é mais fácil encontrar um japonês usando terno cor-de-rosa e bolsa (do estilo que as mulheres usam) a tiracolo do que em qualquer outro lugar do mundo (se bem que não sei o que se passa no mundo todo...).

Bom, o fato é japonês é metrossexual por natureza e também adora coisas "meigas". Duvidam? Tirei essas duas fotos num único dia. Esqueci de fotografar os que andam com bolsa a tiracolo...
E eles não estavam fazendo gracinha não!

É. Isso é Japão.
Para o alto e avante!

Thursday, December 14, 2006

Museus


Japonês adora museu. De verdade!
Nunca vi tamanha quantidade de museus num país. Mas o engraçado aqui fica por conta dos museus inusitados. Há de tudo que vocês possam imaginar.

Para terem uma idéia, aqui em Tokyo e região, na área alimentícia, há o museu do Lamen (macarrão instantâneo), do gyoza (pasteizinhos chineses), do sorvete (foi lá que eu e a Raquel tomamos os inacreditávisl sorvetes de carne de cavalo!, de frango assado, de berinjela, de durian... aaarghhh), do curry...

Geralmente, nesses lugares há peças, livros e tudo o mais sobre esses produtos. Mas a atração principal fica por conta das comidas de verdade. No museu do Lamen, por exemplo, que fica em Shin-Yokohama, há uma réplica de uma vila antiga, com lojas de verdade. Na verdade, são restaurantes e, em cada um há uma variedade de lamen típica de uma certa região do Japão.

O duro é aguentar as filas. Fiquei uma hora em pé para experimentar o lamen de Hokkaido. Valeu a pena.

Mas, saindo de Tokyo, vocês vão encontrar milhares de outros museus inusitados espalhados pelo Japão. Dou algumas dicas: museu do Ursinho Teddy, museu do anjo, museu do Pequeno Príncipe, Museu da árvore de Natal, Museu da Caixinha de Música, museu da boneca de pano, museu dos brinquedos de madeira...

Deu para ter uma noção de como japonês é criativo não? E antes que me perguntem, não visitei todos que citei não. Fui em alguns e confesso que a experiência foi interessante.
O da caixinha de música/do órgão me surpreendeu (foto1 e foto2). Fica próximo do lado Yamanaka, em Yamanashi. Muito interessante.

Nesse lugar, todas as "caixinhas de música" funcionam. Se quiser ouvir alguma, é só pedir para a funcionária botar para funcionar.

Só para citar mais alguns museus, há de personalidades famosas, como o museu do John Lennon, do escritor Yukio Mishima, dos personagens do estúdios Ghibli (do Miyazaki Hayao) etc.


Nesta foto, estou no museu do radar do Monte Fuji. Conta como foi construído o radar que está no topo do Monte Fuji. Foi o primeiro radar meteorológico do Japão. Estou num simulador de temperatura e vento no topo do Mt. Fuji. Muito legal, apesar de ser uma experiência congelante.





Bom, por hoje é só.
Para o alto e avante.

Friday, December 08, 2006

O cara




Dias atrás entrevistei Yamandu Costa.
Tenho de confessar que até a coletiva não conhecia o trabalho do músico. Sabia que era violonista. Sabia que já tinha ganhado alguns prêmios e era considerado o melhor instrumentista da atualidade. Só.

Fiquei sabendo da coletiva umas quatro horas antes. Foi aquela correria, vocês podem imaginar. Fiz uma busca super rápida na net, aprendi um pouco da vida do cara e lá fui eu para a temida entrevista.

Mas como sei que o bom jornalista é aquele que não sabe nada, estava até que calmo. E fiquei mais ainda quando começamos a conversar. O cara é dez! Super tranquilo. Nada de estrelismo. Ele tocou uma música para a imprensa, ganhei um CD dele e agora virei fã.

Então, vou fazer minha parte: para quem não conhece Yamandu Costa, vale (e muito) a pena procurar algo nas lojas (ou na net).

É isso.
Para o alto e avante!

Monday, December 04, 2006

Meninos, eu vi!


No dia anterior à conquista do bicampeonato Mundial de vôlei, dia 3, em Tokyo, Bernardinho lembrou: "para os brasileiros, no esporte não existe segundo lugar".

E por um bom tempo, pelo menos no vôlei, a máxima vai ficar valendo. Em quadra, um time unido, concentrado, com uma técnica apuradíssima deixou uma Polônia, a sensação do torneio, sem reação. Perdida.

Nestas horas, a vida de repórter é dura. A gente torce, e não torce. Vibra disfaçadamente. Respira fundo em alguns momentos decisivos e quase não se concentra no final do jogo. Afinal, temos de calcular todos os passos seguintes ao apito final do juiz. "Vou correr para aquele lado, falar com tal pessoa..."

Digamos que é uma adrenalina em dose dupla.

E assim caros, vi a partida em que o Brasil conquistou mais um ouro para sua coleção. Inesquecível.

Para o alto e avante!

Legenda: Essa foto captei no momento em que entrevista o André. O Giba apareceu do nada e surgiu o abraço na minha frente. De todos que tentavam tirar fotos da cena, acho que eu estava com o melhor ângulo...

O momiji

Antes de mais nada, perdoem-me se não estiver sendo exato na explicação. Fiz uma super pesquisa na internet e encontrei poucas coisas sobre a cultura de apreciar as folhas de outono aqui no Japão.
Momiji é o nome da árvore (Ácer no Brasil e Maple Tree no Canadá - aquela folhinha que tem na bandeira canadense).
Aqui, nesta época do ano assim como na primavera, os japoneses apreciam as folhas vermelhas, amarelas e laranjas do outono. Saem para ver a beleza delas...

Por que apreciar folhas das árvores? Bom, além de um espetáculo maravilhoso da natureza, essa cultura do "momiji" tem base no budismo (religião de boa parte dos japneses - apesar de que a maioria aqui é xintoísta).
Diz os ensinamentos budista que a vida da gente tem de ser transparente. Explico melhor: o ser humano, geralmente, apresenta duas faces. Queremos sempre apresentar o lado mais bonito, e o restante fica no quintal...
Já as folhas do momiji, no outono, mostram suas duas faces ao cair. Há um haikai (poema curto, numa tradução rápida), do monge budista Ryokan, que faz alusão a um viver transparente, no qual percebemos nossas “faces” sem tensões ou recriminações, como a folha do momiji, que troca de cor no outono e mostra suas duas faces (frente e verso) ao cair, participando naturalmente da renovação do ciclo da vida.


"As folhas de outono caem, mostrando a frente e o verso"
Ryokan


"Posso ver as folhas de bordo caindo, revoluteando ao sol do outono, mostrando as duas faces enquanto flutuam no ar até cair no chão. É uma vida natural. Sem fingimentos, sem preocupações, sem tensão. Assim como cai uma folha de bordo, assim como a água desce dos lugares mais altos, assim como a lua brilha - este tipo de vida nos dá paz e serenidade"
Gyomay Kubose Sensei (livro Budismo Essencial)


Então, acho que essa história de apreciar o momiji tem algo a ver com o budismo. Se tiverem outras sugestões de interpretação, por favor me escrevam. Vou ficar feliz de aprender mais.

Para o alto e avante!