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O resultado é histórico destas eleições para a Câmara Baixa do Parlamento japonês. O Partido Democrático do Japão (PDJ) deu um fim à hegemonia de 54 anos consecutivos do Partido Liberal Democrático (PLD). Das 480 cadeiras em disputa, o partido oposicionista conquistou 308.
Agora, Yukio Hatoyama, líder do PDJ, deve assumir o cargo de primeiro-ministro no lugar de Taro Aso. O político comemorou muito a vitória e disse à imprensa local que o Japão "pedia por mudanças profundas na política". "Essa eleição veio para mudar tudo", vibrou.
Pelo que li e vi na tevê, a população ignorou os "velhos e manjados" políticos para expressar o descontentamento em relação ao desemprego e ao desempenho ridículo da economia local no último ano.
Na semana passada dois índices contraditórios foram divulgados pelo governo: o fim da recessão (com crescimento de 0,9% do PIB entre abril e junho) e o recorde de 5,7% no índice de desemprego (são mais de 3 milhões sem emprego), o pior desde o fim da Segunda Guerra.
Não acompanhei tão de perto essas eleições. Mas o suficiente para ver o desespero do então premiê Taro Aso. Na tevê, mostraram ele sendo corrigido algumas vezes por um assessor durante um comício, o que mostra que ele está assim tão comprometido com a política local.
Vamos ver o que esse Hatoyama vai fazer com a política imigratória, que é a que nos interessa. Segundo Angelo Ishi, sociólogo e professor da Universidade Musashi, não devemos esperar muito mais do que já estava sendo feito pelo governo. "A tendência é de endurecer e dificultar a entrada de imigrantes", prevê.